Para a Co­missão de Utentes da A4, o Túnel do Marão, inau­gu­rado no sá­bado, 7, com vá­rios anos de atraso, é uma «opor­tu­ni­dade per­dida», tendo em conta a exis­tência de por­ta­gens na A4, que liga o Porto a Bra­gança.

Em nota de im­prensa, os utentes – que en­tre­garam na As­sem­bleia da Re­pú­blica (AR) a pe­tição «Não às por­ta­gens na A4», com mais de seis mil as­si­na­turas – con­si­deram que os «im­pactos cau­sados por su­ces­sivos go­vernos, fruto de uma po­lí­tica de aban­dono do in­te­rior e par­ti­cu­lar­mente de Trás-os-Montes e Alto Douro», são am­pla­mente su­pe­ri­ores aos custos da­quela obra, «fi­nan­ciada em grande parte por fundos co­mu­ni­tá­rios».

Im­pactos ne­ga­tivos

Por seu lado, o Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes» (PEV) apre­sentou, na AR, uma per­gunta ao Go­verno sobre «os im­pactos ne­ga­tivos do Túnel do Marão no meio am­bi­ente e na po­pu­lação local».

O do­cu­mento é subs­crito pelo de­pu­tado José Luís Fer­reira, que re­cen­te­mente vi­sitou An­siães, Ama­rante, na Serra do Marão. «Há pe­rigos que não podem e não devem ser ig­no­rados. Para além da qua­li­dade da água, en­quanto re­curso na­tural, estar a ser posta em causa, há o pe­rigo real de der­ro­cadas pro­ve­ni­entes das chuvas ou da de­fi­ci­ente ori­en­tação das águas, co­lo­cando em causa, não apenas bens como es­tradas, muros de su­porte ou ha­bi­ta­ções, mas também pondo em pe­rigo vidas hu­manas», alerta o PEV, lem­brando que na Fre­guesia de An­siões «ainda são vi­sí­veis as con­sequên­cias de uma das úl­timas en­xur­radas que da­ni­ficou ca­mi­nhos e inundou ha­bi­ta­ções».

Os eco­lo­gistas con­denam, de igual forma, o facto de as obras terem des­fi­gu­rado a ver­tente oci­dental do Marão e des­truído «um dos vales mais bo­nitos da serra».